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notas da realidade ficcionada na lezíria
Há palavras que nos monopolizam os dias. Aparecem a propósito de coisas insignificantes para darem corpo às ideias que estão, muitas vezes, órfãs de vocabulário. E podem ser palavras simples, das quais nos esquecemos por falta de uso, por não fazerem o nosso género. É importante que nos recordemos das palavras e voltemos ao Problema dos Universais e, tal como Ockham, que compreendamos o mundo através dos outros e saibamos nomeá-lo correctamente. A palavra do dia é narcisismo. Sobre a palavra narcisismo e a sua extraordinária amplitude devemos ser cautelosos. É importante que o significado amplo, ou a abrangência, não nos monopolizem de tal modo que acabemos numa obsessão vertiginosa, o que - como diria Kurt Cobain - não significa que não estejamos a ver bem o cenário. Para quê, então, a lucidez perante as palavras? Para quê deixar que nos consumam as horas com a pontaria inconsequente do seu significado?