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o outro

por jorge c., em 11.11.14

Quando voltou as costas para regressar a casa, Graciano olhou ligeiramente para trás e pediu desculpa. Não era com intenção de ofender que brincava com Paulo por este viver na grande muralha de edifícios no sul do concelho. Quando chegava à escola, sabia que o amigo acordava cedo, no meio do betão, e vinha a correr para Vila Franca para respirar alegria, apesar de nunca dar parte fraca. Todos os dias, a conversa sobre a arrogância da provinciana capital de concelho e a arrogância da suburbanidade descaracterizada haveria de aparecer. Mas naquele dia viu o amigo triste. Tudo era cinzento. Como podia aquela grande muralha tapar o sol da vida, separar as mãos e quebrar os rostos no fim do dia? Na época das festas, Paulo não brincava nas ruas com os toiros e raramente aparecia. Tantas foram as vezes que Graciano o tentou aproximar... Se calhar estava na altura de aceitar ser convidado. Olhou para trás e pediu desculpa.

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