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notas da realidade ficcionada na lezíria
Tenho recorrido a serviços de prostituição desde que, nos últimos meses, me encontro distante de casa. A zona é fria e deserta. À aldeia mais próxima da obra só vem gente de passagem para comer qualquer coisinha, para comprar ferramenta ou para amolar a ferramenta, como é o meu triste e deprimente caso. Tenho olhado as montanhas na esperança de uma revelação que alivie este desconforto do corpo, que mais parece andar a revolver-se por dentro, à procura. Primeiro sentem-se as vísceras a empurrar a cabeça e a apertar o coração que vai acelerando. Depois vem o desespero porque a cabeça quer libertar-se, como uma nave de um foguete, e não consegue. À noite, o estado complica-se e não se adormece com facilidade. Sim, querida, o dia hoje correu bem, e o teu?