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notas da realidade ficcionada na lezíria
Dois homens moderados, parados numa longa avenida, conversam sob um céu de azul plácido. Os prédios reflectem a luz tépida do sol do crepúsculo. É o fim de janeiro e dois homens moderados conversam entusiasmados sob o olhar apressado dos carros. Nos prédios da longa avenida não se vê ninguém, só a luz tépida do sol do crespúsculo a reflectir nas janelas, como se fosse uma manhã de junho.
Parado ao lado da Ermida de Alcamé, reparo na Lezíria, plana e plena. É para ela que olho, como um elemento único de encanto e paz. Mas a Lezíria é um conjunto de parcelas de gente diferente, território partilhado ou dividido. Há as gentes do arroz, há as gentes dos cavalos, as dos toiros ou as do gado manso. Dentro dessa diversidade, resiste a ideia da Lezíria, livre, que reserva para si o direito sobre os seus próprios valores. E por isso a vemos imensa e lhe chamamos Lezíria e não a propriedade deste ou daquele. É a essa resistência que chamamos Lezíria - a sua natureza.