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notas da realidade ficcionada na lezíria
Haydn a caminho da Vala, pelo meio dos ciprestes e da indústria pesada, num desses dias tépidos de outono. Mesmo sem se ver o rio, percebe-se pelas figuras que vão passando a pé pela rua da estrada, como bem lhe chamou Álvaro Domingues, que é domingo na borda d'água. Um grupo de ciclistas atravessa o cruzamento do Carregado e um outro, de peregrinos, segue a bom ritmo pelo caminho mariano. Na estrada para a Azambuja, uma carroça de ciganos passa em frente ao centro comercial e um Mercedes com uma família tradicional entra penitentemente no parque de estacionamento. Parou de chover e Haydn continua a tocar para todos. Não há nada mais plural e universal do que um quarteto de cordas num domingo na borda d'água.