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notas da realidade ficcionada na lezíria
Passei os melhores anos da minha vida na cama. O corpo e o cérebro não se entendiam. No tempo em que aproveitamos para correr todos os caminhos e construir pontes eu estava na cama, a olhar para cima ou de olhos fechados. Lembro-me das sombras e do calor no quarto, dos filmes banais, da falta de comida, de um cheiro constante a tédio, da resignação. Não me posso arrepender, porém, de nada disso. Não nos podemos arrepender daquilo que não temos culpa. É uma doença cruel.