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notas da realidade ficcionada na lezíria
Estou hesitante em considerar uma abordagem passivo-agressiva de um ativista anti-tauromaquia como ofensa ou ingenuidade. Dizem-me os amigos que é uma coisa da idade, mas não consigo desligar o botão da ofensa. E não falo da ofensa simples, mas de uma ofensa generalizada à liberdade dos indivíduos. Estive quase a pregar-lhe dois bananos nos cornos. Vontade, essa, não me faltou. Mas contive-me, com o estoicismo que preside a esta minha nova consciência pacifista, à qual não posso deixar de capitular. Houve tempos, claro, em que não hesitaria em pregar no estafermo arrogante dois valentes socos, aos quais não teria reação. Seria simples: uma chapada de mão aberta na fonte, seguida de um gancho, com o propósito de lhe partir a cana do nariz ou, caso falhasse, rebentar-lhe o queixo. Não o fiz. Virei costas e segui, em marcha solene pelo Dia do Trabalhador. Mas por que raio há-de esta gente aproveitar dias de celebração para reivindicar o seu ódio aos outros? Com tantos inimigos que temos, escolhem sempre os mais desprotegidos para condenar. Enfim, é o drama habitual da cultura dos outros. De resto, foi um bom dia.