Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
notas da realidade ficcionada na lezíria
Quando começámos a poder viajar, fomos ver os lugares de que toda a gente falava. Lembro-me que em Londres entrámos no Harrods deslumbrados e acreditámos que os países desenvolvidos se mediam pelo tamanho das suas lojas. As montras, cá fora, exibiam-se e apeteciam. Já nem olhámos para a porta dos museus, que tédio. Antes de irem ao Louvre, os meus vizinhos de baixo levaram as filhas à Disney, porque - dizem - a felicidade das crianças é que é importante e isso, como se sabe, vem em forma de orelhas do rato Mickey ou num pijama da Minnie dentro de um saquinho da loja do parque e com o recibo comprovativo de dois dias de felicidade eterna. E depois, claro, já não houve tempo para muito mais. Na escola, perguntaram à mais nova se sabia que rio passava por Paris e a miúda respondeu que era o rio de chocolate, que foi o único que ela viu. As crianças, agora, coitadinhas, não sabem nada.