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notas da realidade ficcionada na lezíria
Está calor, todos sabemos, não é novidade que em Junho há calor, muito calor, mas Março parece ter sido ontem, com as reclamações sobre a chuva e o vento e o frio, queixumes, previsões, conversa de corredor entre os colegas na hora do café, que é para não se falar da desgraça que para aí anda, são coisas tão recentes que agora ninguém se atreve a manifestar grande incómodo com o estado do tempo, este calor, tanto calor, que já nem essas conversas alimenta, essas previsões - lá está - do boletim metereológico para a semana que vem, ah! que na quarta-feira já está melhor e no domingo afinal diz que 'tá chuva, é do anticiclone, dizem eles, e lá vai o tempo passando, mas agora ninguém quer mais melhorias do que isto, deixa estar que assim está bem, não vá o diabo tecê-las e a gente depois nem respirar consegue, uma banhoca é que era, na praia, e o fim-de-semana a chegar, as praias à pinha, o rapaz pequeno que quer ir ver não sei o quê, se der tempo, que a casa não se limpa sozinha, para o ano compra-se o ar-condicionado, se der, que já não se aguenta isto e ainda agora começou, mas deixem lá isso, é do tempo.