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notas da realidade ficcionada na lezíria
Célia. É assim o nome da mulher que, convencida da sua insubmissa sagacidade, se recusa a ir em modas. Não come sushi, não bebe gin, ou por outra, bebia-o quando não era moda e qualquer um servia - grandes tosgas nos bons tempos dessa zona que agora também está na moda. O jogging e o gourmet, então, parecem-lhe uma perfeita patetice, mas o que ainda a irrita mais são as ondas de indignação, solidariedade e evocação de figuras públicas que vão morrendo, porque só depois da sua morte se lembram delas. Estas e outras observações têm sido partilhadas na sua página pessoal, numa rede social onde mantém, mais coisa menos coisa, perto de 650 amigos, e contam neste momento com mais de 300 anuências e comentários solidários. Não obstante a sua consciente e frequente participação neste universo, Célia considera ridícula a preferência pela utilização destas ferramentas modernas em detrimento do convívio social e, apesar da sua frontalidade, honestidade, sinceridade e bonomia, reflectidas nas mais variadas citações anónimas e imagens de paz e amor, não evita por vezes mensagens subliminares aos seus colegas de trabalho que "passam o dia nisto". Ela bem os vê. Quando chega a hora de sair, vai para casa, prepara o jantar e senta-se no sofá onde permanece até se deitar, esperando a primeira insónia da noite.