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notas da realidade ficcionada na lezíria
Segue João com o sapato novo, novinho a estrear, pela rua fora, todo vaidoso. E dizem os outros homens "lá vai o vaidoso do João, de sapato novo, deve andar cheio dele para andar a passear". E vai mesmo vaidoso, olhem para ele, fim do dia que o patrão deu, de folga - um mãos largas - que a chuva não é boa para a obra, só o dinheiro faz falta, mas que se foda, só desta vez, que também merece o brilho do sapato novo porque com ele brilha o olho e o espírito. E agora sobe o João até ao bairro bem lá no alto, a cidade cá em baixo, retiro do bom na tarde invernosa, no calor do peito de Vanda, de amor e sapato novo. Na cabeça do autor, ouve-se Futecêra D'Cor Morena do grande Travadinha. E foi tudo poesia.
para s.