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notas da realidade ficcionada na lezíria
Não sei se é a natureza das palavras que convoca o desentendimento, se somos nós que provocamos a sua ambiguidade, conduzindo as conversas ao fracasso. Cada frase dita, um prostíbulo de palavras que já nem a semântica salva. Demasiadas palavras, longas e excessivas frases, confusas, nervosas. Do outro lado, o outro recebe-as como balas, imaginando primeiras e segundas intenções, até que a subjectividade nos separe. Para sempre. Há tantas palavras como sensibilidades. Já pouco medimos umas e outras e, avançando como quem avança pelo meio de um acidente dessas corridas de carros americanos, seguimos perdidos e desentendidos na imensidão do universo. Reparo agora no dramatismo e na gravidade ridícula das minhas palavras e desejo nunca as ter dito.